A mitologia grega define e explica muitas histórias e curiosidades do nosso mundo. É  inegável a beleza de cada significado que encontramos nos livros, muitos desses mitos servem como inspiração para que artistas criem suas obras baseadas neste mundo simbólico, encantando ainda mais nossa imaginação e nos fazendo pensar sobre cada assunto. E é claro que o sono tem seu espaço na mitologia grega.

Assim como muitas histórias mitológicas a linhagem familiar do Deus do Sono é muito interessante. Hypnos é filho de Nix, a noite e Erubus, a escuridão, ele é considerado o deus grego do sono e da sonolência, mas não dos sonos que resultam em cansaço e fadiga. Hypnos tinha um irmão gêmeo, Thanatus, o deus da morte. Portanto sua família é a noite, a escuridão e a morte, sendo ele o sono. Hypnos é o responsável pelo descanso das criaturas terrestres enquanto seu irmão, Thanatus, pairava na superfície.

A história conta que Hypnos casou-se com Pasítea e com ela teve mil filhos, conhecidos como Oneiroi ou Oniros. Apenas três dos mil filhos eram responsáveis por distribuir o sono para quem estivesse dormindo e uma filha aos acordados. Ícelus era o criador do pesadelo, Phantasos e Phobetor criavam objetos inanimados, aqueles que aparecem em nossos sonhos, Phantasia era a única filha que criava monstros e devaneios, e Morpheus o criador dos sonhos, por isso muitas vezes ele é confundido com seu pai, fazendo acreditar que o deus do sono é Morpheus quando na verdade é Hypnos.  

Acredita-se que Hypnos vivia em um palácio dentro de uma grande caverna onde não existia sol ou galos para acordar, assim Hypnos vivia em paz e silêncio. Perto deste palácio encontrava-se o rio Lete, conhecido na mitologia como o “rio do esquecimento”. Em suas margens cresciam plantas que assim como as águas que corriam, ajudava os homens a dormir e descansar.

Hypnos – o deus do sono

A cama de Hypnos ficava no meio do palácio, com grandes cortinas negras ao seu redor, assim como é retratada em diversas pinturas. Morpheus ficava ao redor da cama cuidando para que o sono de seu pai não fosse interrompido de forma alguma. Hypnos, o deus do sono, é muitas vezes retratado com chifres que contém ópio e outras plantas hipnóticas. Suas vestes eram douradas, enquanto a de seu irmão gêmeo seria prateada. Algumas vezes Hypnos foi retratado com asas e tocando flautas, para que os homens adormecessem, praticamente a simbologia de um anjo, como se o sono fosse algo divino, mesmo que algumas vezes possa ser perturbador.

A união Hypnos e Morpheus deu origem a duas palavras muito conhecidas em nosso vocabulário. Em 1843 o médico escocês James Braid desenvolveu uma técnica de transe muito semelhante ao sono. Em suas pesquisas ele encontrou esta história mitológica, o hipnotismo recebeu esse nome graças a Hypnos, o deus do sono.

Um farmacêutico alemão recorreu a história de Morpheus para dar nome ao principal alcalóide do ópio, que ele havia separado pela primeira vez. Friedrich Sertüner chamou de morphium ou morphin uma das substâncias mais conhecidas do mundo, que no português chegou em 1841 conhecida como morfina.

Fontes: Veja, Eventos da Mitologia Grega